Vivemos numa era em que, em pouco anos, muito mudou nas relações, sejam estas pessoais ou empresariais. A interligação a todos os níveis – financeiro, comercial, laboral e humano – é praticamente perfeita e a instantaneidade causou uma disrupção no mundo a que não estávamos habituados.
No entanto, o gatilho deste desenvolvimento foi o setor financeiro, que experimentou uma autêntica revolução do ponto de vista das transações de fundos. Ao estabelecer-se a União Monetária Europeia, foi criado o sistema TARGET (TransEuropean Automated Real-Time Gross settlement Express Transfer). Este sistema surgiu para facilitar a unificação da tesouraria das instituições financeiras num único local, algo que permitia realizar uma melhor gestão, mais controlada e com uma considerável economia de custos.
Atualmente, as plataformas de gestão de risco desenvolvidas no contexto B2B são a nova solução que complementa o financiamento bancário. Esta forma de ‘empréstimo’ proporciona às empresas outras alternativas de crédito, podendo ser aplicadas tanto a fornecedores quanto a clientes.
As empresas Fintech proporcionam serviços online que se destacam pela agilidade, segurança e eficiência. Num contexto B2B, as empresas podem contar com estas plataformas e com os recursos suficientes que lhes permitam estabelecer uma estrutura para suporte financeiro através do crédito comercial. Adicionalmente, a tecnologia blockchain e sua aplicação ao mundo das cripto moedas veio trazer novas alternativas que se tornarão essenciais para o financiamento das empresas.
Essas fontes de financiamento devem ser consideradas para diversificar as opções de investimento alheio, fortalecendo uma estrutura de negócios caracterizada pela prudência. O acesso a novas fontes de financiamento, em que a liquidez seja a protagonista, permitirá fomentar os projetos de negócios. Esses projetos são essenciais para o crescimento e desenvolvimento pleno da atividade global da empresa.
Neste sentido, um gestor deve saber tirar proveito de todas as fontes de financiamento que estão ao seu alcance e não temer uma potencial recessão. Aprender com os erros e desenvolver uma estratégia permitirão aperfeiçoar a eficiência da gestão financeira para que a empresa cresça no seu mercado.
Na ótica dos gestores, um limite de crédito eficaz é uma alavanca para o crescimento da empresa. No entanto, atualmente, não é comum que os limites de crédito se atualizem diariamente devido ao custo/trabalho que isso representaria para as empresas. O mais comum é que os limites de crédito se atualizem anualmente ou quando o cliente atinge o limite por aumento das vendas.
De facto, não é comum que os limites de crédito tenham em conta variáveis da própria empresa/negócio. Na sua maioria, os limites de crédito são estabelecidos a partir dos relatórios comerciais ou seguros de crédito, não estando diretamente relacionados com a empresa ou com os seus objetivos. Esses limites de crédito são integrados na empresa para que o ERP possa, quando conveniente, contestar operações. Contar com informações acerca dos pagamentos e receitas que envolvem a empresa é determinante no momento de definir o limite de crédito, fomentando dessa forma a credibilidade da organização.
Outro ponto importante é a transparência do limite de crédito no momento da venda. O limite de crédito deve ser do conhecimento do cliente, para não gerar desconfiança.
Este é, em resumo, o grande desafio que os departamentos financeiros atuais enfrentam: a enorme dificuldade em gerar credibilidade e a necessidade de atualização constante dos limites de crédito. Existem poucas empresas que possuem recursos qualificados para poder criar um modelo à medida por forma a fazer face à ineficiência que apresentam os relatórios comerciais. Portanto, estando os indicadores de risco controlados, o desafio dos departamentos financeiros consiste em contribuir ativamente para um aumento das vendas (mantendo os riscos monitorizados), impulsionando a empresa no sentido do crescimento.